18 Til I Die

“18 Til I Die”: juventude como atitude, não idade sem prazo

O refrão pode soar tanto como celebração quanto como defesa contra o medo de envelhecer. “Someday I’ll be 18 goin’ on 55!” (Um dia vou estar com 55, mas com espírito de 18!) resume a ambiguidade: ele reconhece a passagem do tempo, mas promete manter o ímpeto dos 18. A letra propõe viver o presente e simplificar: “don’t worry ’bout the future/forget about the past” (não se preocupe com o futuro/esqueça o passado) e “I live for the minute” (eu vivo o agora). O foco sai da aparência e vai para a atitude: “it’s not how ya look, it’s what ya feel inside” (não é como você parece, é o que sente por dentro). A ideia é experimentar e se divertir — “try anything twice” (eu topo tentar qualquer coisa duas vezes) e “gonna have a ball” (vou me divertir pra valer) — e fazer o momento render sem negar a idade.

Lançada em 1996 e escrita com Robert John “Mutt” Lange, “18 Til I Die” cristaliza o espírito jovem que Bryan Adams defendia, mas também rendeu acusações de “crise de meia-idade”. A própria música rebate a crítica ao assumir, com ironia, essa mistura de 18 com 55, sem perder o gás. A linha sobre aparência e sentimento funciona como resposta direta a quem dizia que ele “tentava parecer mais jovem”: o ponto não é parecer, é sentir. O clima leve e ensolarado combina com um álbum gravado em lugares como Jamaica e França, e o fato de a faixa seguir firme nos shows de Adams reforça seu caráter de hino pop: uma filosofia prática de viver o agora e manter a chama adolescente como postura, não como número no RG.