Art.ficial

A Luta Contra a Artificialidade em 'Art.ficial' do Bullet Bane

A música 'Art.ficial' da banda Bullet Bane aborda temas profundos e complexos relacionados à saúde mental e à sensação de desconexão com a própria realidade. Desde o início, a letra menciona condições como depressão, ansiedade e bipolaridade, sugerindo uma luta interna constante. A referência ao Rivotril, um medicamento usado para tratar ansiedade e insônia, e à terapia, indica uma tentativa de buscar ajuda, mas que parece não surtir efeito, já que o eu lírico afirma que não consegue mais dormir ou sonhar.

A repetição da palavra 'artificial' ao longo da música reforça a ideia de uma existência que perdeu sua autenticidade. O eu lírico se sente incapaz de ver, tocar ou sentir verdadeiramente, mesmo estando presente fisicamente. Essa desconexão pode ser interpretada como uma metáfora para a alienação e a falta de sentido que muitas pessoas sentem em suas vidas, especialmente quando lutam contra problemas de saúde mental. A sensação de ser 'artificial' pode também refletir a pressão social para se conformar a certos padrões, resultando em uma perda de identidade e autenticidade.

A metáfora do labirinto e a imagem de encontrar Rivotril no esgoto sugerem uma jornada confusa e dolorosa, onde as tentativas de encontrar alívio são infrutíferas. A repetição do verso 'Dei minha mão, tu tirou o meu braço' pode simbolizar a traição e a exploração emocional, onde o eu lírico se sente usado e despedaçado. A música, portanto, é um grito de socorro e uma crítica à superficialidade das relações e à falta de empatia na sociedade contemporânea.