Rua Ramalhete

Memórias e juventude em “Rua Ramalhete” de Byafra

Em “Rua Ramalhete”, Byafra constrói um retrato nostálgico da juventude, marcado por detalhes autobiográficos e referências culturais. A menção ao “muro do Sacré-Coeur” faz referência ao Colégio Sacré-Coeur de Marie, uma escola tradicional que situa as lembranças do narrador em um ambiente escolar específico, reforçando o tom pessoal da música. Já a citação ao “Clube da Esquina” conecta a letra ao movimento musical mineiro dos anos 1970, mostrando como as memórias afetivas do narrador também são influenciadas por referências culturais importantes da época.

A letra descreve cenas típicas da adolescência, como os “ramalhetes” que enfeitam a rua e os “bilhetes” de amor trocados durante as tardes escolares. O verso “de uniforme e olhar de rapina” destaca a curiosidade e energia dos jovens, enquanto os bailes no clube da esquina representam os primeiros encontros, a música e as descobertas amorosas. O som dos Beatles na vitrola reforça a presença da cultura pop internacional na formação dessas memórias, e o desejo de que “eles venham aqui cantar as canções que a gente quer ouvir” expressa tanto a admiração quanto o sonho juvenil de proximidade com os ídolos. Assim, “Rua Ramalhete” celebra um tempo de inocência e sonhos, onde cada elemento citado compõe um mosaico afetivo que permanece vivo na memória do narrador.