La Última Curda

A Última Bebedeira

La Última Curda

Que pena, bandoneón, meu coraçãoLastima bandoneón, mi corazón
sua maldição rouca e malvadatu ronca maldición maleva
sua lágrima de rum me levatu lágrima de ron me lleva
para o fundo profundo e sombriohacia el hondo bajo fondo
donde a lama se levantadonde el barro se subleba

Já sei, não precisa dizer, você tem razãoYa sé no me digas, tenes razón
a vida é uma ferida absurdala vida es una herida absurda
e é tudo, tudo tão passageiroY es todo, todo tan fugaz
que é só uma bebedeiraque es una curda nada más
a minha confissãomi confesión

Me conta sua condenaçãoContame tu condena
diga-me seu fracassodecime tu fracaso
não vê a dor que me feriuno ves la pena que me ha herido
e fale-me simplesmentey hablame simplemente
daquele amor ausentede aquel amor ausente
atrás de um pedaço do esquecimentotras un retazo del olvido

Já sei que te machucoYa sé que te lastimo
sei que te faço malyo sé que te hago daño
chorando meu sermão de vinhollorando mi sermón de vino
mas é o velho amorpero es el viejo amor
que treme, bandoneónque tiembla bandoneón
e busca em um licor que embriagay busca en un licor que aturda
a bebedeira que no finalla curda que al final
encerra a apresentaçãotermina la función
fechando a cortina, ao coraçãocorriendole el telón, al corazón

Um pouco de lembrança e amarguraUn poco de recuerdo y sinsabor
goteja seu resmungo lentogotea tu rezongo lerdo
embriaga seu licormarea tu licor
e conduz a tropa à esquerday arrea la tropilla de zurda
ao derramar a última bebedeiraal volcar la ultima curda

Fecha a janela pra mimCerrame el ventanal
que arrasta o solque arrastra el sol
seu lento caracol de sonhossu lento caracol de sueños
não vê que venho de um paísno ves que vengo de un país
que está no esquecimentoque está de olvido
sempre cinza, atrás do álcoolsiempre gris, tras el alcohol