Zabelê

Ternura e sonho no universo de "Zabelê" de Caetano Veloso

Em "Zabelê", Caetano Veloso utiliza a imagem da ave nordestina zabelê para criar uma atmosfera de delicadeza e regionalismo. O nome da canção remete a uma ave típica do Nordeste brasileiro, símbolo de beleza e suavidade, o que reforça o tom carinhoso e sonhador da música. A escolha desse termo aproxima a pessoa amada de algo raro e encantador, como se ela fosse tão especial quanto a própria ave. A letra também faz referência ao "sabiá", outra ave ligada à saudade e à poesia nacional, ampliando o universo afetivo da canção.

A música gira em torno de um amor idealizado, expresso em versos como “Toda meia-noite eu sonho com você” e “Se você duvida, eu vou sonhar pra você ver”. O sonho aparece como um espaço onde o encontro amoroso é possível, mesmo diante da distância ou da incerteza. O narrador convida a amada a se aproximar, como em “Vem correndo me dizer” e “Vem que a noite já não tarda a chegar”, reforçando o desejo de proximidade. Versos como “Que riso largo é o meu sonho / Quando eu sonho com você” mostram a felicidade simples que o amor traz, enquanto “O quanto que eu devo amar / Pra nunca morrer de amor” revela a busca por equilíbrio entre entrega e preservação. Assim, "Zabelê" celebra a ternura, o desejo e a cultura nordestina, usando imagens da natureza para traduzir sentimentos universais.