
A Terceira Margem do Rio
Caetano Veloso
Mistério e ausência em “A Terceira Margem do Rio” de Caetano Veloso
"A Terceira Margem do Rio", de Caetano Veloso, transforma o mistério do conto de Guimarães Rosa em uma experiência sensorial e reflexiva. A música não explica diretamente a decisão do pai de se isolar no rio, mas faz referência ao enigma central do conto no verso “nosso pai não diz, diz: risca terceira”. Aqui, Caetano destaca o gesto do pai que abandona a família para viver em uma canoa, criando uma “terceira margem” – um espaço simbólico entre a vida e a morte, entre estar presente e ausente. O próprio Caetano já afirmou que sua letra funciona como um comentário ao conto, ecoando o clima de mistério e a perplexidade dos familiares diante do ato inexplicável do pai.
Elementos como “oco de pau”, “água da palavra” e “margem da palavra” reforçam a ideia de vazio, silêncio e fronteira, que são centrais tanto na obra de Rosa quanto na canção. O “oco de pau” faz alusão à canoa do conto, enquanto “água da palavra” e “dura palavra” sugerem a dificuldade de expressar sentimentos diante do inexplicável. O refrão “meio a meio o rio ri” brinca com o duplo sentido de “rir” (o som do rio) e “ri” (verbo rir), trazendo leveza e, ao mesmo tempo, reforçando o mistério. A repetição de “nosso pai” e a ênfase no silêncio mostram o impacto emocional da ausência paterna e a busca de sentido diante do incompreensível, mantendo a atmosfera contemplativa do conto original.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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