Meu Bem, Meu Mal

Dualidade do amor em "Meu Bem, Meu Mal" de Caetano Veloso

"Meu Bem, Meu Mal", de Caetano Veloso, explora a complexidade dos sentimentos em uma relação amorosa intensa, mostrando como o amor pode ser ao mesmo tempo fonte de prazer e de inquietação. O verso “Você é meu caminho, meu vinho, meu vício” ilustra bem essa ambiguidade, ao associar a pessoa amada tanto a algo essencial e prazeroso quanto a uma dependência inevitável. Caetano compôs a música para Gal Costa, buscando retratar justamente essa mistura de sensações contraditórias, e a interpretação de Gal, com sua voz marcante, aprofunda ainda mais o clima de entrega e vulnerabilidade.

A letra utiliza metáforas como “meu bálsamo benigno”, “meu signo, meu guru” e “porto seguro onde eu vou ter” para mostrar o amor como refúgio e orientação. Ao mesmo tempo, expressões como “meu medo e meu champanhe” e “você é minha droga” revelam os riscos e incertezas envolvidos. O contraste entre elementos como bálsamo e vício, medo e champanhe, fumo e ioga, reforça a ideia de que a paixão reúne opostos: é calmante e excitante, cura e veneno. O refrão “Meu zen, meu bem, meu mal” resume essa tensão, mostrando que o ser amado traz tanto equilíbrio quanto desassossego. A presença da canção na trilha de "Brilhante" e suas regravações ao longo dos anos confirmam sua relevância ao abordar sentimentos universais e atemporais.