
Milagres do Povo
Caetano Veloso
Fé e ancestralidade em “Milagres do Povo” de Caetano Veloso
"Milagres do Povo", de Caetano Veloso, explora como a fé e a espiritualidade podem existir mesmo para quem se declara ateu. A inspiração veio de uma fala do escritor Jorge Amado, que, apesar de não ter fé religiosa, afirmou já ter presenciado "milagres do candomblé". Isso aparece no verso: “Quem é ateu e viu milagres como eu / Sabe que os deuses sem Deus / Não cessam de brotar”, mostrando que o sagrado pode ser vivido fora das religiões tradicionais, especialmente na experiência coletiva do povo brasileiro.
A música também é uma homenagem à resistência e à força do povo negro no Brasil. Caetano cita orixás do candomblé como Xangô, Obatalá, Oxum, Iemanjá e Iansã, que representam proteção, justiça, fertilidade e transformação. Ao mencionar “Tudo chegou sobrevivente num navio / Quem descobriu o Brasil? / Foi o negro que viu a crueldade bem de frente”, ele destaca o sofrimento da escravidão e a importância da cultura afro-brasileira, que criou verdadeiros "milagres de fé no extremo ocidente". Expressões como “Ojuobá ia lá e via / Ojuobahia” reforçam a ligação entre a ancestralidade africana e a Bahia, centro do candomblé no país.
Assim, Caetano Veloso une referências religiosas, históricas e culturais para valorizar a superação e a riqueza espiritual do povo negro, mostrando que a fé pode ser uma força coletiva de resistência e criação, mesmo para quem não segue uma religião tradicional.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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