
O Quereres
Caetano Veloso
Contradições do desejo e do amor em “O Quereres”
Em “O Quereres”, Caetano Veloso transforma o verbo "querer" em substantivo para destacar o desejo como uma força complexa e contraditória, que vai além de uma simples ação. A letra apresenta uma série de oposições, como “Onde queres revólver, sou coqueiro” e “Onde queres descanso, sou desejo”, mostrando como as vontades e expectativas em um relacionamento muitas vezes se desencontram. Essas antíteses, inspiradas na literatura de cordel, reforçam a ideia de que o amor é marcado por incompatibilidades e desencontros, tornando difícil alcançar uma harmonia completa entre duas pessoas.
O verso “Eu te quero e não queres como sou / Não te quero e não queres como és” resume o conflito central da música: a impossibilidade de uma adequação total entre os parceiros, mesmo quando existe o desejo de construir uma relação intensa, chamada de “dulcíssima prisão”. As imagens contrastantes, como “Leblon” e “Pernambuco”, “cowboy” e “chinês”, ou “comício” e “flipper-vídeo”, ampliam o contraste entre diferentes universos culturais e afetivos, mostrando que as diferenças vão além do íntimo e atingem a visão de mundo de cada um. Ao associar essas ideias a reflexões filosóficas sobre as contradições humanas, Caetano sugere que o desejo é, por natureza, uma “bruta flor”: algo belo, intenso, mas também selvagem e impossível de controlar. Assim, “O Quereres” retrata não só o desencontro amoroso, mas também a riqueza e a dor de querer sem ser plenamente correspondido.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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