
Épico
Caetano Veloso
Referências e ironia em “Épico” de Caetano Veloso
Em “Épico”, Caetano Veloso destaca seu interesse por músicos inovadores ao citar Walter Smetak e Hermeto Pascoal logo no início da canção. A repetição de “Smetak, Smetak & Musak” faz referência direta à obra experimental de Smetak, que explorava sons não convencionais e microtonalidade. Ao brincar com a palavra “Musak” (provável alusão à música ambiente comercial), Caetano sugere uma fusão irônica entre o experimental e o popular. Essa justaposição reforça o tom crítico e irônico do álbum “Araçá Azul”, conhecido por seu caráter vanguardista e anticomercial, que foi rejeitado pelo público na época do lançamento.
O verso “Vivo entre São Paulo e Rio porque não posso chorar” traz uma dimensão emocional e política importante. Durante a ditadura militar, Caetano circulava entre as duas principais cidades do país, adaptando-se a uma realidade opressora e limitadora, o que se reflete na dificuldade de expressar sua dor. Já em “Destino eu faço não peço / Tenho direito ao avesso / Botei todos os fracassos / Nas paradas de sucessos”, o artista assume uma postura de autonomia e subversão, transformando derrotas em conquistas e reafirmando seu direito de ser diferente. O tom experimental da letra, junto à estrutura fragmentada e à ironia, faz de “Épico” uma reflexão sobre identidade, resistência e liberdade criativa em tempos de repressão.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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