Onde o Rio É Mais Baiano

A influência baiana no samba em “Onde o Rio É Mais Baiano”

Em “Onde o Rio É Mais Baiano”, Caetano Veloso destaca como a cultura baiana foi essencial para a formação da identidade carioca, especialmente no samba. O verso “As Ciatas pra trazerem o samba pra o Rio” faz referência direta à migração de baianos, como Tia Ciata, que tiveram papel central na introdução e consolidação do samba no Rio de Janeiro. Caetano evidencia que essas mulheres foram fundamentais para o surgimento do samba carioca, um aspecto muitas vezes ignorado nas narrativas tradicionais.

A música também celebra a ligação afetiva entre Bahia e Rio, lembrando a homenagem da Mangueira aos “Doces Bárbaros” (Caetano, Bethânia, Gil e Gal). A menção a Jamelão, intérprete histórico da Mangueira, participando da festa de Iemanjá no Rio Vermelho, em Salvador, simboliza o intercâmbio cultural e espiritual entre os dois estados: “Pensando em Jamelão no Rio Vermelho / Todo ano, todo ano / Na festa de Iemanjá”. Caetano mostra que a Mangueira é o lugar onde o Rio de Janeiro se torna mais baiano, ressaltando a força das raízes afro-baianas na cultura carioca. O refrão “Onde o Rio é mais baiano” reforça essa fusão, transmitindo orgulho e emoção pela herança compartilhada.