
Os Passistas
Caetano Veloso
A dança como resistência e identidade em “Os Passistas”
Em “Os Passistas”, Caetano Veloso utiliza a dança do samba como símbolo da existência e da identidade brasileira, indo além da simples celebração do carnaval. Ao dizer “multiplicar-te os pés por muitos mil” e “estes passos lançam moda / E dirão ao mundo por onde ir”, ele mostra como os passistas, representantes da alegria e tradição, também expressam a força do povo brasileiro em influenciar e inspirar, mesmo diante da dor que “define nossa vida toda”. A dança aparece como refúgio e afirmação de vida, sugerindo que, apesar das dificuldades, a cultura e a beleza se mantêm vivas e em constante renovação.
O verso “Somos apenas dois mulatos / Fazendo poses nos retratos / Que a luz da vida imprimiu de nós” traz uma reflexão sobre a representação dos corpos negros na cultura brasileira, reconhecendo tanto a visibilidade quanto a transitoriedade dessas imagens. Ao citar cidades como Madri, Roma, o Corcovado e Salvador, Caetano amplia o alcance da canção, mostrando que a experiência dos passistas dialoga com o mundo, misturando influências e exportando sua estética. No final, ao afirmar “Roubemo-nos ao Deus Tempo e nos demos de graça à beleza total”, ele propõe a arte e a entrega à beleza como formas de eternidade, mesmo diante da efemeridade da vida. Assim, a música valoriza a cultura, a memória e o amor compartilhado, usando a dança como metáfora para a resistência e a celebração da vida.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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