
A Mão da Limpeza
Caetano Veloso
Racismo estrutural e resistência em “A Mão da Limpeza”
Em “A Mão da Limpeza”, Caetano Veloso interpreta uma composição de Gilberto Gil que faz uma crítica direta ao racismo estrutural no Brasil. A música inverte o ditado preconceituoso “o negro, quando não suja na entrada, suja na saída”, mostrando que, historicamente, foram as pessoas negras que realizaram o trabalho de limpeza, enquanto os brancos perpetuavam a sujeira, tanto de forma literal quanto simbólica. O verso “Na verdade a mão escrava passava a vida limpando o que o branco sujava” evidencia essa inversão e denuncia a injustiça da narrativa racista, destacando o papel imposto aos negros mesmo após a abolição da escravidão.
A canção também valoriza a dignidade do trabalho realizado pelos negros, especialmente nas tarefas domésticas e de limpeza, que seguem sendo desvalorizadas socialmente. Ao dizer “Negra é a mão de quem faz a limpeza... Negra é a mão de imaculada nobreza”, Gil ressignifica a imagem da mão negra, associando-a à pureza, força e resistência, em oposição ao preconceito. A repetição de “imagina só” convida o ouvinte a refletir sobre a distorção da realidade causada pelo racismo, enquanto o tom irônico de “Eta branco sujão” reforça a crítica à sociedade que atribui a sujeira ao negro, mas ignora sua própria responsabilidade. Assim, a música se torna um manifesto contra a desigualdade e o preconceito, exaltando a trajetória e a dignidade do povo negro brasileiro.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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