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O Homem da Enxada

Café Com Bobagem

Letra

    O homem da enxada começa o seu dia
    Passando pela vaca, depois pela cabrita
    E ouve o canto da piriquita
    E quer provar pra Teresa que realmente enricou
    Que se recuperou e que a quer demais, não broxar jamais
    Galinha e pinga nunca mais
    E hoje sua infância ele não se esqueceu
    Atrás da mangueira, a galinha ele comeu

    Depois chorou quando a tadinha morreu
    Amando penosas assim, quem não se desespera
    Vendo seu filho fazer piu-piu na janela
    Um lugar que só tinha como atração
    O galinheiro e ê-ê-êta mundão!
    Muitas tardes no riacho, muitas noites estreladas
    (E aê, mano?)
    O homem da enxada

    A vaca no barranco habita na estrada, Teresa chorando e ele nada
    E a dor era mais forte ao ver o seu amado ser a alegria da bicharada
    Um dia o fazendeiro que lhe empregou
    Se injuriou, depois gritou, esperneou
    Inconformado
    Ao ver seu garanhão afeminado
    Rebolando feito um bambi descadeirado
    Uma história triste essa do cavalo
    Que teve a vida marcada e agora sonha acordado, toda madrugada
    (Toda madrugada, com)
    O homem da enxada

    Aqui na plantação ou lá no ribeirão
    Peras violadas, melancias estupradas
    Desejo insaciável, barraca armada
    O homem não era mole não!
    (Não era mole não!)
    Ele e sua enxada cavucando o chão
    Ideias profanas invadiam sua mente
    Quando ele enchia a cara toda noite
    Religiosamente ele enchia a cara de aguardente
    Num boteco de estrada ele desejava
    A mula do Zé, solta nas quebradas
    Essa era sua vida, sua história, não pensava mais em nada
    O homem da enxada

    Mais um dia de chuva na fazenda
    Lambuzado de lama pelo corpo inteiro, ih
    Tinha rolado com todos porcos do chiqueiro
    Ele se arrependeu, crise de consciência
    Porquinho órfão chorando, falta de decência
    Uma luz na porteira, era Teresa
    O jantar tava pronto, tava na mesa
    (Mano, quanta rabada!)
    Leitão assado e calabresa
    Ele não se conformou, olhou de lado
    Haviam matado um membro daquela família
    Que já fazia parte da sua vida
    Então o homem da enxada reconheceu

    Que seu passado era negro, negro como o breu
    Resolveu mudar, voltar pra casa e a Teresa eternamente amar
    Sim, abriu a porta, chegou no lar
    E qual não foi sua surpresa, lá estava sua Teresa
    Debaixo da mesa (que decepção)
    Passando a noite com o Pastor Alemão
    Desesperado, com muita dor
    Abandonou sua enxada e comprou um trator (que horror)
    Que trabalhão
    Você tá entendendo a letra? (não, véi)
    Eu também não
    Já não tenho cabeça pra mais nada
    Então solta a bicharada


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