Adele

Solidão e autodefesa emocional em “Adele” de Caio Ocean

Em “Adele”, Caio Ocean utiliza referências à cantora britânica para ilustrar como a música pode servir de refúgio em momentos de solidão e introspecção. Ao mencionar “umas rima braba da Adele”, ele mostra que encontra conforto nas canções emotivas da artista, especialmente quando se sente isolado. O próprio Caio já afirmou que a faixa é uma conversa consigo mesmo, onde expõe suas vulnerabilidades e questiona se realmente deseja mudar ou se prefere se proteger por meio do desapego.

A letra apresenta um cenário de isolamento e autossuficiência, como em “Quarto quente fechado / Quadrado formado / Sou eu, meu baseado e um bando de frustação”. Aqui, o ambiente fechado e o uso da erva simbolizam a tentativa de se afastar das pressões externas e lidar com as próprias frustrações. O verso “O vento leva quem é fraco / A porrada quebra os covarde” reforça a ideia de que apenas os resilientes conseguem seguir em frente, destacando uma postura de autodefesa emocional. Já em “Quando nós tá sem nada que percebe o quanto sobra”, Caio reflete sobre perdas e sobre como, mesmo na escassez, é possível encontrar valor no que resta.

No refrão, “Aponta os meus defeitos como se eu não fosse a obra / Eu não quero caô contigo, se ralar só bate a porta”, o artista enfatiza a autocrítica e a preferência por evitar conflitos, optando pelo afastamento em vez de discussões desnecessárias. Assim, “Adele” se destaca como um retrato honesto de quem encara suas falhas, busca consolo na música e na solidão, e encontra força no desapego, sem perder a sensibilidade diante das próprias dores.