A eleição no inferno

Crítica política bem-humorada em “A eleição no inferno”

“A eleição no inferno”, de Caju & Castanha, utiliza o humor ácido para transformar o inferno em uma caricatura do cenário político brasileiro. A música faz uma crítica direta à corrupção, mostrando que nem mesmo no além os políticos escapam de investigações, como no trecho: “Investigando os corruptos que habitaram aqui / Causando grandes tormentos e aumentando o sofrimento eu choro só de ouvir”. A letra ironiza práticas como o desvio de verbas públicas, exemplificado em “desviaram os remédios tirando dos hospitais”, sugerindo que tais atitudes garantem uma vaga no inferno para esses políticos, ao mesmo tempo em que critica a impunidade recorrente no país.

O tom satírico se intensifica ao comparar as mordomias do inferno com as do Brasil, e ao descrever uma eleição infernal animada por “bandas e orquestras para os políticos dançar”. A música faz referência a figuras e escândalos reais, como “meu irmão foi presidente” e “prenderam o PC”, além de citar nomes como “Oliveira”, apontando para rivalidades e episódios históricos da política nacional. No final, a canção reforça a ideia de que a corrupção e a esperteza dos políticos brasileiros são tão grandes que até assustam o diabo: “Por vocês ter tanto santo que assusta até o cão”. Com a leveza e o ritmo da embolada nordestina, Caju & Castanha expõem o cansaço e a desesperança do povo diante da política, usando a sátira como forma de protesto.