The Exorcist

Crítica à intolerância religiosa em “The Exorcist” de CALYPSO

Em “The Exorcist”, CALYPSO faz uma crítica direta e sarcástica à hipocrisia de líderes religiosos que promovem intolerância, especialmente contra pessoas LGBTQIA+. O verso “Preacher preaching rubbish / Rambling, condemning sodomy” (Pastor pregando besteira / Divagando, condenando a sodomia) expõe abertamente pastores que condenam a homossexualidade. Já “Scream about the gays and how you wish you could exterminate ‘em / Jesus would’ve hated the way you’ve portrayed him” (Grita sobre os gays e como você gostaria de exterminá-los / Jesus teria odiado a forma como você o retratou) denuncia o discurso de ódio disfarçado de fé, sugerindo que a imagem de Jesus é distorcida para justificar preconceitos. O deboche fica evidente em “vocal variation of an awfully botched lobotomy” (variação vocal de uma lobotomia terrivelmente malfeita), comparando os sermões a algo irracional e sem sentido.

A música também ironiza a seletividade do amor cristão com “Love thy neighbor right? Or is that only if they’re rich, able-bodied, cis, hetero and white” (Ame o próximo, certo? Ou só se forem ricos, sem deficiência, cis, heterossexuais e brancos), mostrando como a mensagem de amor ao próximo é frequentemente restrita a padrões conservadores. O trecho “If he made you in his image, must’ve been real inebriated” (Se ele te fez à imagem dele, devia estar bem bêbado) intensifica a crítica à incoerência religiosa. Além disso, a letra aborda o controle sobre corpos femininos e o abuso sexual na igreja, como em “You’re allowed to touch young boys? But women must stay modest?” (Você pode tocar em meninos? Mas mulheres devem ser modestas?), escancarando o duplo padrão moral. O uso de humor ácido e a repetição de frases reforçam a indignação diante da intolerância e da manipulação religiosa, provocando reflexão sobre essas contradições.