Visiones

Crítica social e alertas em “Visiones” de Canserbero

Em “Visiones”, Canserbero transforma tragédias históricas e sociais em alertas diretos, mostrando que não é preciso ser um profeta para prever o futuro, basta observar a realidade. Ele cita a tragédia de Vargas e a omissão do governo diante do desastre: “Los gobiernos saben, pero como nadie se encarga / Recarga mucho la cifra de gente fallecida” (Os governos sabem, mas como ninguém se responsabiliza / Aumenta muito o número de pessoas mortas), denunciando a negligência estatal e a repetição de padrões de descaso que causam sofrimento coletivo. A crítica se estende à violência política, como na referência ao tiroteio na ponte Llaguno, e à disputa de poder na Venezuela, mostrando como a busca por controle político prejudica a população.

Canserbero também conecta eventos globais, como o 11 de setembro: “Se caerán las dos torres del país más poderoso / Terroristas colosos secuestrarán aviones” (As duas torres do país mais poderoso vão cair / Terroristas gigantes sequestrarão aviões), reforçando a ideia de que as “visões” são constatações de tendências já visíveis. Ele aborda temas como a disseminação do HIV/AIDS, a perda de valores morais, o aumento da violência e a influência negativa da tecnologia: “Crearán teléfonos que podrás llevar contigo... será otra nueva adicción” (Vão criar telefones que você poderá levar com você... será outro novo vício). O refrão repetido sugere que qualquer pessoa pode perceber esses sinais, chamando à responsabilidade coletiva. No final, Canserbero adota um tom pessoal ao se dirigir a um “camaleón”, símbolo da inveja e falsidade, mostrando resiliência diante das adversidades. “Visiones” se destaca como uma crítica direta à apatia social e política, usando exemplos concretos para provocar reflexão sobre o futuro da humanidade.