Fábula de Uma Granada
Canto Cego
Monstro para que te quero
Chega de me assustar
Parece que a lua cheia veio mesmo pra ficar
No meio dessas tuas farsas,
De fantasia de floresta,
Não há um ser humano cego
Que queira experimentar
O cheiro do teu pesar, persegue até contaminar
Todos seus ruídos, longos gritos
Devastam qualquer lugar
Dentro de tuas trincheiras
Fardados, tolos, esquisitos,
Monstro, os meninos amam
Eles não estão convictos
Cabe na tua memória
Mais que um milhão da gente
Monstro, essa tua chacina
Vai dar um jeito de encontrar
Motivos pra continuar
O orgulho sempre vai predominar
Todo dia um amargo homem rico
Enche o peito pra anunciar
Receios, olhares, imagens
Esquemas, dilemas preliminares
Na mira, na ira, na seta, na reta
Nas armadilhas nucleares
É dor, é água, é terra, é fome o fogo
Todo na mão de uns homens
A faca, a farsa, a mata, a desgraça
A covardia que nunca basta!
Até onde vai dar esse vício de eliminar?
Não existe mais chão que aguente a inchada
A cal, a hora de ajoelhar
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