É Pau (part. Dom Silver e Banda Pau e Choque)

Crítica social e ironia em “É Pau (part. Dom Silver e Banda Pau e Choque)”

A música “É Pau (part. Dom Silver e Banda Pau e Choque)”, de Capitão Pitomba, utiliza a repetição de frases como “A mão é na cabeça” e “É pau, é pau” para destacar a rotina das abordagens policiais e a criminalização automática de suspeitos, especialmente em situações de flagrante. Essas expressões, comuns em operações policiais, mostram como a suspeita e a repressão se tornaram práticas quase automáticas, sugerindo que a violência e o preconceito estão naturalizados nas ações das autoridades.

Ao citar objetos como seda, piteira, isqueiro, colírio e pastilha, a música faz referência direta ao consumo de maconha e aos métodos usados para disfarçar o cheiro. A repetição de “É ma, é maconheiro” em tom acusatório, junto com a frase “A polícia trabalha certa / Se aborda é porque tem certeza”, traz uma ironia evidente sobre o julgamento precipitado e a estigmatização dos usuários de drogas. Assim, a letra questiona a legitimidade e a seletividade das abordagens policiais. O tom direto e popular, aliado à repetição, reforça o caráter crítico e satírico da música, expondo a tensão constante entre a autoridade policial e a população marginalizada.