Nave Papelão
Carlos Bronson
Lembrei de quando tinha uns 10 anos já fazia muitos planos de plantar e de colher, crescer.
Eu tinha de tudo andava descalço, pulava muro, não tinha medo nem do futuro, mas tinha do escuro e do mal.
Sabia de tudo, jogava bola, com meu kixute, tomando yogurt na frente dos outros só pra fazer vontade.
Construir a nave papelão pra voar no meu quintal, de ser espacial especial.
A minha nave papelão não sai do chão.
A minha nave papelão não sai do chão.
E hoje ando assim tão do avesso quando olho não me reconheço estou com os pés cravados no chão.
A vida ganhou em concreto e poesia e o que pra mim nem existia o que é realidade então.
A minha nave papelão não sai do chão.
A minha nave papelão não sai do chão.
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