
Resíduo
Carlos Drummond de Andrade
A permanência dos vestígios em “Resíduo” de Carlos Drummond
Em “Resíduo”, Carlos Drummond de Andrade explora a ideia de que nada desaparece completamente, mesmo diante da destruição, do esquecimento ou do tempo. A repetição do verso “de tudo ficou um pouco” destaca como fragmentos – sejam objetos, sensações ou sentimentos – permanecem após grandes perdas. Escrito durante a Segunda Guerra Mundial, o poema carrega o peso das incertezas e angústias daquele período, refletindo tanto experiências pessoais quanto coletivas. Drummond cita exemplos concretos, como “roupas, poucos véus rotos”, e abstratos, como “um pouco de ternura”, mostrando que a memória se constrói a partir desses pequenos restos que resistem ao tempo.
O tom do poema é reflexivo e levemente melancólico, especialmente ao abordar a dificuldade de apagar lembranças dolorosas: “o insuportável mau cheiro da memória”. Drummond amplia o sentido do poema ao mencionar situações coletivas, como “a ponte bombardeada” e “a morte escarlate”, conectando a experiência individual à tragédia da guerra. Ao perguntar “mas por que não ficaria um pouco de mim?”, ele sugere que todos deixam marcas, por menores que sejam, no mundo e nas pessoas ao redor. O final, ao citar resíduos banais como “um botão” ou “um rato”, reforça a ideia de que os vestígios do passado são inevitáveis, imprevisíveis e fazem parte da existência humana. O poema, assim, propõe uma reflexão sobre a persistência da memória e dos traços humanos diante da transitoriedade da vida.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Carlos Drummond de Andrade e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: