
Os Ombros Suportam o Mundo
Carlos Drummond de Andrade
Desencanto e aceitação em "Os Ombros Suportam o Mundo"
Em "Os Ombros Suportam o Mundo", Carlos Drummond de Andrade expressa uma profunda ruptura com antigas certezas, evidenciada logo no início do poema pela recusa em dizer "Meu Deus" e "Meu amor". Essa negação marca um momento de "absoluta depuração", em que fé e amor perdem o sentido prático diante da dureza da realidade. O esvaziamento emocional aparece em versos como "o coração está seco" e "os olhos não choram", refletindo a desilusão de uma época marcada por guerras e crises, especialmente o contexto da Segunda Guerra Mundial, que influenciou Drummond.
A indiferença e a resignação diante das adversidades são reforçadas pela imagem das mãos que "tecem apenas o rude trabalho", sugerindo uma vida reduzida ao essencial, sem espaço para ilusões. A solidão se manifesta quando "em vão mulheres batem à porta, não abrirás", indicando uma recusa ao contato humano e à esperança de consolo. No entanto, há uma aceitação pragmática da existência: "Teus ombros suportam o mundo / E ele não pesa mais que a mão de uma criança". Drummond usa essa metáfora para mostrar que, apesar do peso simbólico das responsabilidades, a vida se torna suportável quando encarada sem ilusões. O poema critica a busca por sentido em meio ao caos e afirma que "a vida é uma ordem", ou seja, ela simplesmente existe, independentemente de nossos desejos. Assim, Drummond propõe uma visão madura e sóbria da existência, onde a coragem está em aceitar a realidade como ela é.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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