
A Mão Que Assalta o Berço
Carlos Eduardo Taddeo
Violência institucional e infância em "A Mão Que Assalta o Berço"
"A Mão Que Assalta o Berço", de Carlos Eduardo Taddeo, faz uma crítica direta ao sistema judicial e social brasileiro, mostrando como a pobreza é criminalizada e como a infância dos mais vulneráveis é tratada como mercadoria. A música denuncia um ciclo de violência institucionalizado, em que o Estado, ao invés de proteger, separa e explora famílias pobres. Crianças são retiradas de seus lares sob o argumento de proteção, mas acabam alimentando um mercado de adoção e tráfico humano que atende aos interesses das classes privilegiadas. O refrão, "A mão do rico assalta o berço pra depois traficar / Criança pra gringo e boy escravizar, estuprar e matar", deixa claro que a justiça, em vez de garantir direitos, serve para abastecer demandas de adoção internacional e exploração infantil.
A letra traz exemplos concretos dessa realidade: o parto sem recursos, a falta de assistência do Estado e a intervenção policial e judicial mostram como a pobreza é vista como incapacidade parental, como em "Papai não tem dinheiro, então proíbem de te criar". O verso "A mesma mão que através da caneta me assalta / Aceita Kwartiokor na favela, nível Bengala" faz referência à desnutrição infantil (Kwashiorkor) e à indiferença do Estado diante do sofrimento nas periferias, enquanto age rapidamente para retirar crianças e entregá-las a famílias ricas. A menção ao caso Isabella Nardoni e à menina torturada por uma procuradora de justiça reforça a hipocrisia do sistema, que finge proteger, mas expõe as crianças a novos riscos. No final, a tentativa do pai de resgatar o filho e a criminalização de sua ação mostram o ciclo de opressão e a falta de alternativas para os pobres. A música revela como o Estado pode ser cúmplice ativo na perpetuação da violência e exploração infantil.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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