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LetraSignificado

    Quando te encaminharam pro exame necroscópico
    Deram início ao meu luto patológico
    Nunca superei seu nome no obituário
    Ver você aos 48 de idade num carro funerário
    Te ver partindo num caixão que a prefeitura doou
    Sem uma estátua tumular de um renomado escultor
    Não pude pagar pra pôr na lápide sua fotografia
    Fazer um jardim, que uma mãe como você merecia
    Me perdoa por não ter entrado no Citibank pra assaltar
    Pra poder bancar um hospital particular
    Com convênio no HCor, em vez de sepultura
    Era alta, depois dos exames e a cura
    Mas no Saboya foi mais um prontuário entre mil
    Onde o médico mata por omissão e finge que não resistiu
    A gente tinha que incendiar o transporte municipal
    Por cada homicídio transformado em morte natural
    Quis dar o revide pro mundo afogando no ofurô
    Um boy daqueles que roubou o que eu tinha de mais valor
    Se não fosse a Fátima e o rap amenizar a depressão
    Tinha acabado na cracolândia ou com mandado de prisão
    Queria que você tivesse me visto no palco
    Rimando contra o crime organizado do Planalto
    Infelizmente só te mostrei meu primeiro disco
    Deixando na sua cova numa tarde de domingo

    Odeio quando o mês de maio chega
    Trás de presente a saudade e a tristeza
    Sem feliz dia das mães sigo em luto e sonhando
    Em te reencontrar pra dizer: Te Amo

    Odeio quando o mês de maio chega
    Trás de presente a saudade e a tristeza
    Sem feliz dia das mães sigo em luto e sonhando
    Em te reencontrar pra dizer: Te Amo

    Sua morte não repercutiu na imprensa brasileira
    Foda-se a pedinte na gaveta da geladeira
    Não decretaram três dias de luto oficial
    Não foi feriado, não transmitiram ao vivo seu funeral
    Nunca vou esquecer você todo dia
    Me esperando no portão da escola Duque de Caxias:
    Mãe, não venho mais estudar, todo mundo dá risada
    Não tenho uniforme, só roupa doada
    Quando pequeno, te culpei por não ter brinquedo novo
    Por tá direto na casa dos outros, esperando almoço
    Sem poder pagar aluguel, sempre a Kombi levando
    Nossos móveis em mais um despejo do ano
    Lembro da gente chorando sem parar
    Quando descobriu que o Baby ia parar de andar
    Muito mano pensa que a mãe quer ele prosperando
    Driblando a delegacia de repressão a assalto a banco
    Ela só quer que você diga o que sente por ela
    Mas não como o trouxa aqui, quando o coveiro jogava terra
    Só você sabe mãe, quantas vezes te pedi
    Pra espírito de luz aparecer pra mim
    Daria tudo pra ouvir sua voz de novo nas manhãs
    Cantando a música Oceano, do Djavan
    Que pena que não deu tempo de conhecer suas netas
    De ser chamada de Vó pela Duda e a Gabriela

    Odeio quando o mês de maio chega
    Trás de presente a saudade e a tristeza
    Sem feliz dia das mães sigo em luto e sonhando
    Em te reencontrar pra dizer: Te Amo

    Odeio quando o mês de maio chega
    Trás de presente a saudade e a tristeza
    Sem feliz dia das mães sigo em luto e sonhando
    Em te reencontrar pra dizer: Te Amo

    Eu sei que é algo inusitado pra um rico
    Ver alguém pedir esmola e dividir num cortiço
    Logo o boy que pra aumentar o patrimônio
    Prostitui a filha em matrimônio
    É louco, quem nem conhecia o abecedário direito
    Me ensinou a amar o próximo, não ter preconceito
    É tanta dor que eu penso: Como é possível?
    Pais que são espancados pelos próprios filhos
    Filhos que matam os pais por bens materiais:
    Suzane Von Richthofen, Gil Rugai
    Vacilei quando cheguei com aquela bike em casa
    Falei que era emprestada, mas era roubada
    Depois colou o dono humilhando, pagando de rico:
    Não vou chamar a polícia, mas educa seu filho!
    Eu sei que você fingia que tava sem apetite
    Pra que sobrasse mais comida e a gente dividisse
    Que saudade de você dando bronca brava
    Quando eu chegava com os óculos com as lentes quebradas
    Que saudade do seu sorriso lindo de vitória
    Quando conseguimos pro Baby uma cadeira de rodas
    Jurei no seu caixão aos prantos, desesperado
    Que não deixaria impune seu assassinato
    Minha vingança é lutar pra que outras Marias do Rosário
    Não revirem lixeiras pelo cardápio diário

    Odeio quando o mês de maio chega
    Trás de presente a saudade e a tristeza
    Sem feliz dia das mães sigo em luto e sonhando
    Em te reencontrar pra dizer: Te Amo

    Odeio quando o mês de maio chega
    Trás de presente a saudade e a tristeza
    Sem feliz dia das mães sigo em luto e sonhando
    Em te reencontrar pra dizer: Te Amo

    Composição: Carlos Eduardo Taddeo. Essa informação está errada? Nos avise.
    Enviada por Victor. Revisões por 2 pessoas. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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