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Não Existem Civis

Carlos Eduardo Taddeo

LetraSignificado

    Na atmosfera com odor de carne humana e formol
    O conflito é real, não é jogo de paintball
    O sangue não é mistura de Nescau e Karo
    Orifício no tórax não é efeito cinematográfico
    Hemisférios cerebrais são sensores de perigo
    Todos são Sun Tzu's com táticas contra o extermínio
    Não existem civis, só soldados em prontidão
    Aplicando, no novo Laos, dica de auto-preservação
    No modo silencioso, o Smart no porta-mala
    Foi moqueado pra salvar a engenheira sequestrada
    A bazuca tá na logística contra o pelotão
    Se passar pela barreira de concreto e óleo sabão
    Disparam munição expansiva de ponta ogival
    Pra nossos nomes não disputarem com Ermírio e Gerdau
    Tem vitória por WO no vestibular disputado
    Se o ataque biológico gerar o chefe do tráfico
    Medalha pro estrategista se, em vez de estudar lição
    Eu fizer vigia encher de Ultrabook um caminhão
    Te convocaram pro combate e simularam a base metralhada
    Pra justificar sua cabeça arrancada
    Pra que o PM matador fosse eleito deputado
    Mesmo tendo na legenda o número de seus assassinatos
    Não respire gás hilariante, veja as antiaéreas
    Um dia de sua paz fere todas as convenções de Genebra

    Não é preciso se alistar, pra tá em combate
    Só ter contra você um exército covarde
    Que vê, com sua feição, outra nação
    Outra língua ou motivo pra perfurar seu coração
    Não é preciso se alistar, pra tá em combate
    Só ter contra você um exército covarde
    Que vê, com sua feição, outra nação
    Outra língua ou motivo pra perfurar seu coração

    É guerra quando, no QG do Depatri e Denarc
    Trabalham pra te ver num raio, sonhando com resgate
    Esperando o truta jogar carreta com explosivo
    Pra vazar do recinto de concreto e aço fundido
    No pacifismo, não tem boneco no banco do bebê
    Pro correria desistir do Lexus, quando ver
    Criança não ouve militar aposentado
    Contratado pra preparar o exército do bairro
    Me treinei pra não crer na autoria desconhecida
    Que joga no tráfico mortes na periferia
    Pra ler no crânio do GCM partido
    Que a Lei Áurea é hedionda, como o escravismo
    Fomos convocados pra entrar na frequência da polícia
    Se pôr a cara, gambé arrombado vai virar carniça!
    Pra ser os corpos que aparecem no vídeo
    Sendo ridicularizados pelas tropas de assassinos
    Aí tenente, dos 9, tem um ladrão respirando
    Não esquenta, que esse aí o diabo já tá esperando
    Quando não nos impomos no front, atraímos
    Mais do que White Power espancando negro e nordestino
    Também a pior psiquiatria da humanidade
    Molhando doente no relento, pra vender seu cadáver
    Execução sumária no laudo do legista
    Prova que tamo em alerta vermelho no túnel vietnamita

    Não é preciso se alistar, pra tá em combate
    Só ter contra você um exército covarde
    Que vê, com sua feição, outra nação
    Outra língua ou motivo pra perfurar seu coração
    Não é preciso se alistar, pra tá em combate
    Só ter contra você um exército covarde
    Que vê, com sua feição, outra nação
    Outra língua ou motivo pra perfurar seu coração

    Um minuto respirando o O² da favela
    Metaboliza proteína pra atirador da Noruega
    Pra enganar proteções residenciais
    E grafitar parede com 14 ossos faciais
    Quando anularam seu direito à infância
    Te deram aval pra desativar aparato de segurança
    Pra acordar quem pôs a senha e, tranquilo, foi deitar
    Levanta cuzão, que o apoio tático não vai chegar!
    Ei inimigo, antes de articular sua ofensiva
    Devia pensar nos 1-2-1 apurados pela polícia
    Temos 9 em 10 chances de furar seu intestino
    E assistir à perda gradual dos seus sentidos
    E passar o fim de semana gastando sua grana
    Enquanto limpam luminol no seu casaco de pele de panda
    Vou tá realizado quando não formos pra Pinheiros
    Campanar mansão, pra fazer dinheiro
    Cinco toques no interfone, saiu a governanta
    Encosta a F-250, que é hora da mudança
    Mesmo de frente, no programa de reconciliação
    Nunca vou oferecer pro algoz meu perdão
    Se Stalin merecia morrer pelo trabalho forçado
    Quem gera rosa em bar tinha que ser degolado
    Nos obrigar a locar casa, pra túnel de fuga das grades
    Devia ser forca, por crime contra a humanidade

    Não é preciso se alistar, pra tá em combate
    Só ter contra você um exército covarde
    Que vê, com sua feição, outra nação
    Outra língua ou motivo pra perfurar seu coração
    Não é preciso se alistar, pra tá em combate
    Só ter contra você um exército covarde
    Que vê, com sua feição, outra nação
    Outra língua ou motivo pra perfurar seu coração

    Composição: Carlos Eduardo Taddeo. Essa informação está errada? Nos avise.
    Enviada por jabunk21. Revisões por 3 pessoas. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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