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Sob o Signo do Medo

Carlos Eduardo Taddeo

LetraSignificado

    No Brasil, só existe democracia no medo
    Ele atinge ateu, cristão, pobre, rico, branco, negro
    Atinge o de Mercedes Black, MBA, mestrado
    O de farda, o de uniforme com inscrição do Estado
    Um semelhante na direção desperta o pavor
    De ouvir: É cê mesmo, cuzão! E vir 6 no tambor
    Não importa a hierarquia no crime, o arsenal
    Vai ter metade X1 e ser emboscado por rival
    Não importa a carteira de magistrado
    Não vai dar uma no swing sem vigia armado
    PM não amplia a matança todo dia no morro
    Porque treme pra Jericho Baby Eagle abrindo fogo
    Se não fosse o cu na mão do agente penitenciário
    A tortura seria o dobro no sistema carcerário
    O pavor da represália vinda dos presídios
    É o freio pra ministro da Justiça assassino
    Nosso abalo emocional tem lógica
    Quando a chance é dois por um de final Guararema, Rota
    Com autoridade publica condecorando gambé
    Por inflar as tábuas de mortalidade do IBGE
    Não é teoria de massacre do Eduardo
    O lote que matou Marielle é o que chacinou em Osasco
    Corrigindo, não temos alegria no DNA
    Só o temor de ser a próxima nuca que o Estado vai balear

    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! No regime satânico
    Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! O vigia funcional, o furador
    Todos sem exceção são reféns do terror
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! No regime satânico
    Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! O vigia funcional, o furador
    Todos sem exceção são reféns do terror

    Somos anomalias do planeta branco
    Artérias entupidas de síndrome do pânico
    No bafômetro, em vez de detectar álcool etílico
    É mais fácil mililitros de antidepressivo
    Temos os mesmos traumas das vítimas das batalhas
    Do Paquistão, Iêmen, Ucrânia, Somália
    Invocação do mal: Político no fim do mandato
    Vai pro exterior pra fugir de atentado
    Por causa deles, desenvolvemos a tática
    De professor tocar violão pra amenizar temor a bala
    O boy financia a sociedade da histeria, fobia
    Esquece que não tem pele feita de aramida
    Que o GPS pessoal só produz um resultado
    Rastrear as cinzas no porta-mala do Volvo carbonizado
    Sei onde mora o pânico da classe rica
    Na Ideologia afrodescendente, ativista, feminista
    Que diz que não precisamos cantar o hino, ser filmados
    E sim de líder vindo das ruas de barro
    Que diz que nem no inferno é normal vender DVD pirata
    Com cena real de preso degolando preso na faca
    Tomada por calafrios, mãe reza o terço
    Pro filho ir pro show sem trombar com ódio policialesco
    Encosta Zé, não se mexe, vai morrer, tá fodido
    Por tá com a camisa do rapper defensor de bandido

    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! No regime satânico
    Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! O vigia funcional, o furador
    Todos sem exceção são reféns do terror
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! No regime satânico
    Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! O vigia funcional, o furador
    Todos sem exceção são reféns do terror

    Quem falou em paz, devia tá muito louco
    Aqui matam e vão no velório carbonizar o corpo
    Propaganda de terror: Olha o preço de mexer com a gente
    Abala os parentes psicologicamente
    Temo que os moleques vendo os armados de moto
    Tentem falar as mesmas gírias, serem os próximos
    O receio que sigo religioso contra o aborto
    Que não liga se a grávida trabalha no meio do mofo
    Em nome de Deus, protege a vida intrauterina
    Enquanto apoia o governador da sugestão assassina
    Que quer implantar mais uma pena de morte no Brasil
    Tiro de sniper pra quem portar fuzil
    A mídia tendenciosa e o governo patrão
    Vão te fazer ter pavor de lutar contra regimes de exceção
    Só moribundo, vai ver que adiaria sua missa de finado
    Com coquetel Molotov no buso articulado
    Meu medo é que sigamos aceitando jogo de camisa
    Botijão, política assistencialista
    Sem orientação, amarrando arquiteto na dinamite
    Pra fechar puteiro e torrar com cocaína e uísque
    Não escrevo pra receber Nobel da Paz em Oslo
    Apenas pra não ver os nossos assinando no fórum
    Pra erradicar o temor que aos seis anos já assusta
    Do vício da mãe o levar pra família substituta

    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! No regime satânico
    Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! O vigia funcional, o furador
    Todos sem exceção são reféns do terror
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! No regime satânico
    Somos todos adoecidos pela síndrome do pânico
    Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! O vigia funcional, o furador
    Todos sem exceção são reféns do terror

    Composição: Carlos Eduardo Taddeo. Essa informação está errada? Nos avise.
    Enviada por Victor. Revisões por 2 pessoas. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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