Esmeralda

O lamento do amor perdido em "Esmeralda" de Carlos José

"Esmeralda", interpretada por Carlos José, expõe de forma clara e direta a dor de um homem que vê a mulher amada se casar com outro. O narrador expressa um desejo quase ingênuo de que o casamento não aconteça, pedindo que "os anjos não cantem pra ela" e que "seu vigário não esteja" na capela. Esses pedidos mostram a esperança, mesmo que improvável, de que algo impeça a cerimônia. O sofrimento do personagem não se limita à perda do amor, mas também à sensação de injustiça, já que ele acredita ser o verdadeiro "bem" de Esmeralda, como reforçado no refrão: "Quem devia casar com ela era eu, sim senhor / Quem devia casar com ela era eu, seu amor".

Lançada em 1960, a música carrega o clima nostálgico típico das serestas brasileiras, reforçado pela voz suave de Carlos José. A letra utiliza imagens tradicionais do casamento, como "vestida de noiva com véu e grinalda", para destacar o contraste entre o sonho do narrador e a realidade dolorosa. O tom de lamento se intensifica com o desejo de que a festa não aconteça, que "não venha a orquestra, não venha ninguém", evidenciando o ciúme, a solidão e o vazio deixados pela perda. "Esmeralda" se destaca como um retrato sincero do amor não correspondido e da saudade, temas centrais na obra de Carlos José e na tradição romântica da música brasileira.