Poema do Nosso Amor
Carlos Zel
Quando o amor excede a lógica em “Poema do Nosso Amor”
Em “Poema do Nosso Amor”, Carlos Zel mostra como o amor reconfigura a própria identidade: “Se é por mim próprio que vivo / Se és tu quem me faz viver”. A entrega vira lucidez. O sentimento cresce “dia após dia” por uma “magia” que escapa à lógica, até virar “afecto desmedido”, acima do que é tido como normal. O tom é de espanto sereno e ternura madura: pensar na pessoa amada passa a ser rotina, e quanto mais tenta entender, mais percebe que ama. A emoção central é rendição confiante, não desespero. Há a aceitação de que algo maior sustenta esse vínculo.
Quando ele avisa “Não tentes compreender... Para amar não há razão” e sela que “é inútil discutir as razões do coração”, reafirma o núcleo da canção: o amor excede o argumento e a linguagem. Isso se alinha à tradição do fado — que Zel honra no álbum “Com Tradição” (2000) — de acolher o que nos transcende e cantar o indizível. O fecho vem na última estrofe: “Talvez que nesta loucura... O que sinto é tão maior / Que não cabe... Nas palavras”. “Loucura” aqui é intensidade, não desvario. A canção assume o paradoxo de tentar dizer o que não cabe na fala. Vinda de um intérprete com décadas de ofício e reconhecimentos, a confissão soa vivida e simples: um amor que não se explica, apenas se assume.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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