
Meu Amor Marinheiro
Carminho
Ciúme, mar e espera em “Meu Amor Marinheiro”, de Carminho
Em “Meu Amor Marinheiro”, o ciúme não mira o amado, mas seus rivais simbólicos: mar e noite. A letra personifica a natureza para dramatizar distância e desejo. Em “Tenho ciúmes / Das verdes ondas do mar”, as ondas “beijam” o corpo dele; em “Do vento que me atraiçoa”, o vento o procura na proa, como se roubasse carícias reservadas ao casal. O pedido “Não deixes que à noite a lua / Roube a cor aos teus cabelos” e o aviso “Não olhes para as estrelas” misturam zelo e posse, atribuindo aos astros o poder de tirar brilho e encobrir o amado — leitura que também toca na passagem do tempo e no risco de a distância esmaecer o vínculo. As “sereias que cantam” evocam a tentação mítica e, por extensão, outras mulheres nos portos. O “verde” das ondas e dos olhos — “Teus olhos, da cor do mar” — aproxima amado e oceano e sugere o ciúme “verde”.
Lançada no álbum de estreia Fado (2009), a canção se insere no repertório de marinheiros e saudade do gênero, com vocabulário antigo e devoto — “Ó, dono dos meus anelos” — que reforça entrega e espera. Em 2017, “Meu Amor Marinheiro” foi tema de abertura da novela “Novo Mundo”, primeira vez que um artista português abriu uma novela da TV Globo. A escolha ampliou a popularidade de Carminho no Brasil e sublinhou como esse imaginário de ondas, vento, lua, estrelas e sereias sustenta, de forma direta, a relação entre quem canta e o amado que parte.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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