O Cacto

O Cacto

O Cacto

Há lua demais pra minha falta de pazHá lua demais pra minha falta de paz
Dentro de mim, pouco silêncioHá dentro de mim pouco silencio
Há cores demais pro meu cinza ranzinza notarHá cores demais para o meu cinza ranzinza notar
Não quero flores pra enfeitarEu não quero flores pra enfeitar
Não mereço ser feito de açúcar ou melNão mereço ser feito de açúcar ou mel
Não vou assumir esse papelNão assumirei tal papel
Em nome de todas as palavras ditasEm nome de todas as palavras ditas

E que foram feitas com a matéria-prima da desilusãoE que foram feitas com a matéria prima da desilusão
Ser feliz é muita ingratidãoSer feliz é muita ingratidão
No banco do tribunal serei vil, serei malNo banco do tribunal serei vil, serei mal
Pra pele dos dedos, serei uma farpa de pauPara a epiderme dos dedos serei uma farpa de pau
E eu que de mudo me calo pelos cotovelosE eu que de mudo me calo pelos cotovelos
Como uma letra que some ao tocar o papelComo uma letra que some ao tocar o papel

Ah meu amorAh meu amor
Quero saber, por favorQuero saber por favor
Quando mudar de endereçoQuando mudar de endereço
Me tenha apreço e me diga onde foiMe tenha apreço e me diga onde foi
Ah generalAh general
Deixe-me ser imoralDeixe-me ser imoral
Prefiro a decadência à continênciaPrefiro a decadência que a continência
Batida na testa lambida de sal.Batida na testa lambida de sal.