Casinha Pequenina

Memória e saudade em "Casinha Pequenina" de Cascatinha e Inhana

A música "Casinha Pequenina", de Cascatinha e Inhana, destaca-se por usar elementos da natureza para expressar sentimentos de perda e nostalgia. O verso “o coqueiro que de saudade já morreu” mostra como até o ambiente ao redor da casa é afetado pela ausência, ampliando o impacto emocional da separação. A letra não se limita a recordar um amor perdido, mas também revive os momentos vividos na casinha, como as "juras e perjuras" e o "beijo demorado prolongado", que simbolizam a intensidade e a sinceridade do relacionamento.

Lançada em 1958, a canção reflete o valor da simplicidade e da memória afetiva presentes na música sertaneja daquela época. O fato de Cascatinha e Inhana serem um casal na vida real traz ainda mais autenticidade à narrativa de separação e dor. A casinha representa o início humilde de um amor que, com o tempo, foi marcado pela distância e pelo sofrimento, como no trecho “Eu ficava tu partias tu sorrias / E eu chorei por toda a vida”. A repetição de que a outra pessoa não se lembra desses momentos reforça o sentimento de abandono, enquanto a morte do coqueiro ao lado da casa serve como metáfora para o fim do relacionamento, mostrando que até a natureza compartilha da saudade e da solidão do eu lírico.