Ay Papi (part. La Joaqui Mc)

Relacionamentos reais e vulnerabilidade em “Ay Papi (part. La Joaqui Mc)”

"Ay Papi (part. La Joaqui Mc)", de Cazzu com participação de La Joaqui, aborda de forma direta as falhas e vulnerabilidades de um relacionamento marcado por erros dos dois lados. As artistas deixam claro que tanto elas quanto o parceiro cometeram deslizes, como na frase: “Te mentí, te fui infiel, me fallaste, estuviste con otra y me lastimaste” (Menti para você, fui infiel, você falhou comigo, ficou com outra e me machucou). O refrão reforça o desejo mútuo de recomeçar, mostrando que o arrependimento e a vontade de acertar são compartilhados, não exclusivos de um lado só.

A canção também tem importância no contexto do trap feminino argentino, pois Cazzu e La Joaqui adotam uma postura confessional e sem filtros. Elas falam abertamente sobre infidelidade e dificuldades com a monogamia, como em: “Muchos hombres he tenido a mi lado / Y a estar con uno solo no me había acostumbrado / Por eso es que tengo mi curriculum manchado” (Tive muitos homens ao meu lado / Não estava acostumada a ficar só com um / Por isso meu histórico está manchado). Ao mesmo tempo, versos como “No soy la bitchi que parezco a simple vista” (Não sou a vadia que pareço à primeira vista) desafiam julgamentos e estereótipos, buscando compreensão tanto do parceiro quanto do público.

Por fim, a música expressa esperança de reconciliação e superação dos problemas, como em “Te amo, te dejo, intentemos de nuevo” (Te amo, te deixo, vamos tentar de novo). Metáforas simples, como “No hay mal que dure cien años, ni cuerpo que lo resista” (Não há mal que dure cem anos, nem corpo que aguente), reforçam a ideia de que as dores são passageiras. "Ay Papi" se destaca por retratar, com sinceridade, os altos e baixos de um relacionamento real, sem idealizações.