Cavalo Do Asfalto
Celeste Campanari
Mulher dos outros não se olha
Cavalo manco, não chora
Antes tivesse me esquecido das palavras, do velho pai
Você é menino do asfalto baby, pro mato, não volta
mais
-Mas mãe, eu sou artista e moro onde o jacaré não
morde
Quem é da gangue não nega
Acende a fogueira
Pega o violão
Que essa noite tem nome de festa
Moro na sombra da figueira
Comendo folha, de bananeira
E o cavalo alazão
Bebe água do ribeirão
A feira é segunda, quarta, quinta, sexta-feira
E no domingo nóis vai pesca
É como o ditado diz:
-Cavalo do asfalto não se molha
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