Doja

Provocação e identidade em "Doja" de Central Cee

Em "Doja", Central Cee inicia com a frase provocativa: “How can I be homophobic? My bitch is gay” (Como posso ser homofóbico? Minha mina é gay). Essa linha, que ganhou destaque nas redes sociais, reflete uma experiência pessoal do rapper, já que sua namorada é bissexual, como ele revelou em entrevistas. Central Cee usa esse verso para desafiar estereótipos do rap, abordando sexualidade e identidade de forma direta e mostrando que não compactua com a homofobia, mesmo em um ambiente onde demonstrações de afeto entre homens ainda são vistas com preconceito: “Huggin' my bruddas and say that I love them, but I don't swing that way” (Abraço meus irmãos e digo que os amo, mas não sou desse jeito). O rapper também faz jogos de palavras, como em “even the stick is gay” (até a arma é gay), misturando gírias de rua e referências à sexualidade para provocar reflexão e questionar tabus.

O título "Doja" faz referência à rapper Doja Cat, com Central Cee expressando interesse nela de forma bem-humorada: “Somebody tell Doja Cat that I'm tryna indulge in that” (Alguém avisa a Doja Cat que eu quero aproveitar isso). A letra ainda aborda a rotina de quem vive do rap e do "trap", mostrando preocupações com segurança, uso de preservativo e a necessidade de manter a discrição. Central Cee também fala sobre ambições financeiras e o desejo de garantir seu futuro: “imagine I die and I ain't made a hundred M's yet” (imagina eu morrer sem ter feito cem milhões ainda). Ao citar celebrações como Eid e Natal, ele destaca a diversidade cultural ao seu redor e a realidade de que o "trap" continua, independentemente da data. O uso do sample de "Let Me Blow Ya Mind" conecta a faixa ao hip hop internacional, reforçando o alcance global de Central Cee.