Must Be

Crítica à autenticidade superficial em “Must Be” de Central Cee

Em “Must Be”, Central Cee faz uma crítica direta à forma como a autenticidade é percebida em certos grupos sociais e na cultura pop. Usando a expressão repetida “must be” para justificar julgamentos rápidos — como em “If she don't wanna fuck, then she must be gay” (Se ela não quer transar, então ela deve ser gay) e “If they're wearin' a chain and ain't taggin' the jewellers / I'm gonna assume that it must be fake” (Se estão usando uma corrente e não marcaram o joalheiro / Vou presumir que deve ser falsa) — o artista expõe o absurdo de conclusões baseadas apenas em estereótipos e aparências. Essa repetição funciona como uma crítica satírica, incentivando o público a refletir sobre o verdadeiro significado de ser "real" e como essas suposições influenciam comportamentos e valores.

Central Cee contrapõe valores que considera autênticos, como cuidar da família e apoiar amigos de verdade — “Retire your mum, that's what I call real” (Aposentar sua mãe, isso sim é ser real) e “Tell the mandem in jail: If you need anythin', just call, that's what I call real” (Diga aos manos na cadeia: se precisarem de algo, é só ligar, isso sim é ser real) — com atitudes vazias, como violência e ostentação. Para ele, autenticidade não está em seguir padrões impostos ou em exibir uma masculinidade tóxica, mas em atitudes concretas e responsabilidade. Ao dizer “If that's what you call real, I'm as fake as it gets” (Se isso é o que você chama de real, eu sou o mais falso que existe), Central Cee desafia a lógica distorcida de quem confunde superficialidade com verdade, reforçando sua crítica social ao longo da música.