Na Linha do Tempo

Como “Na Linha do Tempo” afirma o amor que organiza

“Na Linha do Tempo”, na voz de Cesar Figueredo, tem como imagem central a “linha do tempo”: o amor aparece como destino já escrito “com letras douradas”. A letra ainda joga com a própria linguagem — “frases”, “traços” e “mil palavras é tão pouco” — para sugerir o limite das palavras diante de um afeto que transborda. Composta por Marcelo Martins e Sérgio Porto e lançada por Victor & Leo em 2013 como balada com pegada de R&B, sucesso nas rádios, a canção sustenta a ideia de que “um sentimento muda tudo, muda o mundo”. As figuras de “ouro do sol”, “prata da lua” e “as estrelas” para “desenhar o teu céu” projetam devoção e idealização.

As confissões “há quanto tempo eu esperava encontrar alguém assim” e “não deixamos o agora pra depois” sinalizam encontro, urgência e maturidade — a sensação de que a vida enfim se alinha. A mesma linguagem de escrita e desenho abre outra leitura: além de gravar o amor na “linha do tempo” do destino, o narrador o eterniza na própria canção, com “vou dizer”, “nessas frases” e “nesses traços”. Na interpretação de Cesar Figueredo, essa visão de amor predestinado e luminoso permanece; sua versão, conhecida em repertórios de cifras como o E-Chords, preserva o tom romântico e direto. A emoção dominante é de plenitude e esperança, como em “quando te vejo eu me sinto tão completo”. É essa a ideia que fez a música ressoar: quando o amor chega, reorganiza os planos e dá sentido ao mundo.