Art.ficial

Reflexão sobre autenticidade e mercado em "Art.ficial"

Em "Art.ficial", Cesar MC expõe o conflito entre manter a autenticidade artística e ceder às pressões do mercado. O verso “Enquanto eu tento fazer lágrimas caber no Snap” mostra a dificuldade de expressar sentimentos verdadeiros em plataformas digitais, onde tudo é passageiro e superficial. O artista também faz referência a Kanye West para ilustrar o limite tênue entre genialidade e loucura, destacando como a busca por destaque pode levar à incompreensão, assim como Noé ao construir sua arca.

A canção questiona o papel da arte e sua relação com a vida, especialmente nos versos “Se a arte imita a vida, diga: Qual das duas blefa?” e “Se a vida segue a arte, que parte que ela se perde?”. Essas perguntas refletem a preocupação de Cesar MC com a superficialidade do consumo cultural, comparando museus a fast-foods para criticar a transformação da arte em produto descartável. Ao dizer “Ainda faço por amor e nem sempre é romântico / Mas se eu fizer o contrário, será só amor platônico”, ele reforça a importância de manter a integridade, mesmo diante das dificuldades do mercado. O tom reflexivo da música serve como um alerta para que a arte não perca sua essência e continue sendo uma expressão genuína da experiência humana.