Neguin (part. Djonga)

Racismo estrutural e resistência em “Neguin (part. Djonga)”

Em “Neguin (part. Djonga)”, Cesar MC aborda de forma direta o impacto do racismo estrutural na vida de jovens negros. A repetição da frase “Disseram que era só mais um neguin” evidencia como a sociedade reduz pessoas negras a estereótipos, negando-lhes individualidade e potencial. O rapper utiliza sua experiência no Morro do Quadro para mostrar que, apesar de ser constantemente subestimado e rotulado, ele e outros jovens negros desafiam essas expectativas e buscam redefinir seu próprio valor.

O verso “Pra encher a geladeira dentro do supermercado / Onde eu não seja perseguido, seguido ou assassinado” conecta a letra à realidade de insegurança e discriminação enfrentada por negros nas periferias, reforçando o desejo por dignidade e respeito em situações cotidianas. A participação de Djonga amplia a mensagem, trazendo referências a figuras como Martin Luther King, LeBron, JAY-Z, Obama e Ronaldinho, mostrando que o preconceito não impede a conquista e o reconhecimento. O trecho “Se tentarem calar minha voz, porra, eu roubo o apito” faz referência à censura sofrida pelo videoclipe no YouTube, transformando o silenciamento em força para resistir. Assim, a música se torna um manifesto de afirmação, orgulho e luta, mostrando que ser chamado de “só mais um neguin” é o ponto de partida para provar o contrário e inspirar outros a fazerem o mesmo.