Assim no Más

A Nostalgia e a Esperança em 'Assim no Más' de César Passarinho

A música 'Assim no Más' de César Passarinho é uma obra rica em metáforas e simbolismos, que retrata a vida no campo e a relação do eu lírico com a natureza e suas próprias emoções. A letra começa com uma reflexão sobre a vida e as dificuldades enfrentadas, simbolizadas pelo 'galopear de moço' e a 'escaramuça de dor'. A figura do 'fruto da mata' que arrasta 'alpargata carente de amor' sugere uma pessoa simples, talvez um amor do passado, que traz consigo uma carga de saudade e desejo não realizado.

O silêncio das rondas noturnas e o 'potro arisco da imaginação' evocam a solidão e a inquietação do eu lírico, que espera por algo ou alguém que possa trazer alívio para suas dores. A esperança de que a saudade possa ser amansada é expressa através da metáfora das 'pesadas nazarenas', que são esporas usadas para domar cavalos. A busca por sossego e a tentativa de embriagar as mágoas nas águas da sanga mostram um desejo de encontrar paz e consolo na simplicidade da vida rural.

A letra também faz referência a momentos de ternura e esperança, como nas 'ressolanas tardes de anseios trocados' e na 'terra prometida arando restevas'. A imagem da 'manhã castelhana que habita as estrelas' sugere um futuro brilhante e cheio de possibilidades. No final, o eu lírico se perde 'alumbrado de achegos', encontrando paz e consolo nos mesmos lugares que acolheram seu amor, simbolizado pelo 'poente charrua emponchado de paz'. A música, portanto, é uma celebração da vida simples, da natureza e das emoções humanas, com uma forte carga de nostalgia e esperança.