
Ausencia
Cesária Évora
Solidão e saudade em “Ausencia” de Cesária Évora
Em “Ausencia”, Cesária Évora explora a solidão de forma profunda, usando imagens como “sol sozin na séu” (“sol sozinho no céu”) e “so ta brilha ma ta sega na se klaran” (“só brilha, mas cega com seu clarão”). Esses versos mostram que até aquilo que deveria trazer luz pode causar confusão e desorientação, sugerindo que a ausência não é apenas falta, mas também um estado de incerteza. A repetição de “Ai, solidan é un sina” (“Ai, solidão é um destino”) reforça a ideia de que a solidão é inevitável, especialmente para quem vive longe de casa ou de quem ama, tema recorrente nas mornas cabo-verdianas.
A colaboração entre Cesária Évora e Goran Bregović, que mistura a melancolia de Cabo Verde com a sonoridade dos Bálcãs, intensifica o sentimento de exílio e distância. A letra expressa o desejo de superar a separação – “Si aza N tivese / Pa vuá na es distánsia” (“Se eu tivesse asas / Para voar sobre essa distância”) – e a busca por liberdade, que só se realiza nos sonhos: “Nha liberdade N tê-l é so na nha sonhu” (“Minha liberdade, só a tenho nos meus sonhos”). A saudade aparece na lembrança do carinho e do sorriso do ser amado, que sobrevivem apenas no pensamento e no sonho, enquanto a realidade é marcada pela ausência. O gesto de Cesária Évora de cantar descalça, em solidariedade aos desfavorecidos, também se reflete na música, ampliando o sentido de ausência para além do individual, como uma experiência coletiva de um povo marcado pela migração e separação.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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