La Flor De La Canela

Memória e orgulho em “La Flor De La Canela” de Chabuca Granda

"La Flor De La Canela", de Chabuca Granda, destaca-se por transformar a figura real de Victoria Angulo, uma lavadeira afro-peruana, em símbolo de elegância e orgulho para Lima. Ao narrar Victoria atravessando o “viejo puente, del río y la alameda” (velha ponte, do rio e a alameda), a canção eterniza não só a beleza dessa mulher, mas também a paisagem nostálgica da capital peruana. Chabuca mistura memórias pessoais com a identidade coletiva de Lima, criando uma homenagem tanto à amiga quanto à cidade.

A expressão “flor de la canela”, usada para exaltar Victoria, transmite a ideia de excelência e distinção, reforçando a admiração de Chabuca pela amiga e pela cultura criolla. Imagens como “jazmines en el pelo y rosas en la cara” (jasmim no cabelo e rosas no rosto) e “derramaba lisura y a su paso dejaba aroma de mixtura” (espalhava suavidade e deixava um aroma de mistura por onde passava) evocam delicadeza, feminilidade e um charme quase etéreo. O caminho de Victoria do “puente a la alameda” (ponte à alameda) se transforma em um desfile de graça e alegria. Assim, a música celebra tanto a mulher quanto a cidade, transmitindo saudade, carinho e um convite para valorizar as pequenas belezas do cotidiano e da memória.