Clavaito (part. Abraham Mateo)

A dor e a dualidade emocional em “Clavaito (part. Abraham Mateo)”

“Clavaito (part. Abraham Mateo)”, de Chanel, destaca-se pela sinceridade ao retratar o conflito entre o que se mostra ao mundo e o que realmente se sente após o fim de um relacionamento. O termo “clavaíto”, repetido ao longo da música, simboliza algo ou alguém que permanece profundamente marcado no coração, mesmo após a separação. Isso fica evidente no verso “mi sonrisa está ensayada, al igual que mi mirada / por dentro estoy llorando por ti” (meu sorriso está ensaiado, assim como meu olhar / por dentro estou chorando por você), que expõe o contraste entre a aparência de superação e o sofrimento interno, um sentimento comum para quem já passou por um término difícil.

A letra alterna as perspectivas de Chanel e Abraham Mateo, mostrando que ambos tentam seguir em frente, mas continuam emocionalmente presos ao passado. O trecho “me ve' bien con ella y no es así / y, aunque no me crea', sigo tras de ti” (você me vê bem com ela, mas não é assim / e, mesmo que não acredite, continuo atrás de você) revela que, apesar das aparências, ainda existe uma forte ligação com o antigo amor. Imagens como “paseo por la calle solo con un frío que ni en el polo” (ando pela rua sozinho com um frio que nem no polo) e “mismo perfume amapola” (mesmo perfume de papoula) reforçam a sensação de vazio e a busca inconsciente por lembranças do passado. A colaboração espontânea entre os artistas se reflete na química e no diálogo sincero da letra, além de justificar a escolha do ritmo de bachata, tradicionalmente associado a temas de amor e desilusão.

A música também ganhou destaque por uma polêmica envolvendo uma apresentação solo de Abraham Mateo, que gerou discussões sobre autoria e respeito em colaborações. Esse episódio reforça o caráter compartilhado de “Clavaito”, tanto na dor expressa na letra quanto na construção artística entre Chanel e Abraham Mateo.