Marginal Alado

Resistência e liberdade em "Marginal Alado" de Charlie Brown Jr.

A expressão "marginal alado" é o centro da música, representando alguém que, mesmo à margem da sociedade, busca liberdade e superação, como se pudesse voar acima das limitações impostas pelo sistema. Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., adotou essa expressão como parte de sua identidade, inclusive tatuando-a no braço. Para ele, ser um "marginal alado" era um símbolo de resistência à hipocrisia e de orgulho por pertencer à cultura de rua.

A letra reforça essa postura ao citar nomes como Mano Brown, Sabotage, Rappin' Hood e Sandrão, demonstrando respeito e conexão com o rap nacional, que sempre abordou as dores e lutas das periferias brasileiras. No trecho “O barato vai batendo no estéreo do meu carro / quando tá rolando um rap, eu só escuto, eu não falo”, Chorão reconhece o poder transformador do rap e sua influência em sua visão de mundo. A música utiliza metáforas urbanas e duplos sentidos, como em “Sai voado, tipo marginal alado / Mais rápido do que o aço dos ratos”, onde "aço dos ratos" pode se referir tanto à violência e rapidez das ruas quanto à esperteza necessária para sobreviver. Ao mencionar obstáculos como "greve, roubo de carro" e a imprevisibilidade da vida na favela, a letra mostra que ser "marginal alado" é resistir, criar e se reinventar diante das dificuldades. O tom direto e autêntico da música reflete a vivência real de Chorão e sua admiração por quem transforma a marginalidade em arte e força para seguir em frente.