Feirão Dos 23 (part. Raflow)

Identidade e resistência em "Feirão Dos 23 (part. Raflow)"

Em "Feirão Dos 23 (part. Raflow)", Chefin e Raflow utilizam o número 23 como símbolo de identidade, força e lealdade às suas origens. O número aparece em versos como “meu vulgo na camisa (23)” e “faz o sinal da firma”, funcionando como um selo de pertencimento e respeito dentro da comunidade. Esses elementos reforçam o orgulho coletivo e mostram que o 23 representa coragem, sabedoria e poder, valores essenciais para os artistas e para quem compartilha dessa vivência.

A letra retrata de forma direta o cotidiano das comunidades marginalizadas, abordando temas como crime, sobrevivência e busca por status. Referências a armas, como “AK do Flamengo”, e a bens de luxo, como “Evoque blindada”, ilustram tanto o perigo quanto o desejo de ascensão social e segurança. Trechos como “Enquanto a carga chora, minha mente flutua / O que eu vejo em volta é o crime nas ruas” expõem a tensão constante e a falta de oportunidades. Já versos como “Enriqueci minha firma / Mostrei talento e desempenho” valorizam o esforço e a inteligência mesmo em ambientes hostis. A música também contrasta a realidade das favelas com a imagem idealizada de outros lugares, como em “Se eu morasse na Praia da Barra, eu falava da orla / Realidade é outra, aqui os menor trafica”.

O título “feirão” pode ser entendido tanto como referência ao comércio ilegal quanto à exposição das vivências e conquistas do grupo. No geral, a música apresenta um retrato honesto da vida nas favelas, destacando a importância da lealdade, da força coletiva e da luta diária por respeito e sobrevivência.