
Janelas Abertas Nº 2
Chico Buarque
Reflexão sobre liberdade e riscos em “Janelas Abertas Nº 2”
Em “Janelas Abertas Nº 2”, Chico Buarque interpreta uma composição de Caetano Veloso que subverte o tom otimista da canção original de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Em vez de exaltar a entrada da luz e do amor pelas janelas abertas, a música propõe uma abertura que permite a entrada de "todos os insetos", simbolizando a invasão de elementos indesejados e ameaçadores. Essa escolha ganha ainda mais significado quando relacionada ao contexto da ditadura militar brasileira dos anos 1970, período marcado por insegurança, vigilância e opressão. Nesse cenário, abrir as janelas pode representar tanto um desejo de liberdade quanto uma exposição perigosa ao caos externo.
A letra cria um ambiente introspectivo e sombrio, usando a casa como metáfora para o próprio sujeito. O percurso pelos "corredores em silêncio" e o "labirinto de labirintos" indica uma busca interior, repleta de dúvidas, medos e memórias familiares. O verso "em cada um matar um membro da família / até que a plenitude e a morte coincidissem um dia" sugere uma ruptura radical com o passado e as estruturas familiares, mas também aponta para a inevitabilidade do fim. Ao decidir "abrir as janelas / pra que entrem todos os insetos", a canção expressa uma aceitação — resignada ou desafiadora — dos riscos de se expor ao mundo. Assim, “Janelas Abertas Nº 2” reflete sobre o preço da abertura em tempos de repressão e sobre a complexidade de lidar com o que vem de fora, seja luz ou escuridão.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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