
Ligia
Chico Buarque
Contradições do amor e autodefesa em “Ligia” de Chico Buarque
Em “Ligia”, Chico Buarque explora a negação dos próprios sentimentos como forma de autodefesa diante do medo de um amor não correspondido. Versos como “Eu nunca sonhei com você” e “Eu nunca quis tê-la ao meu lado” mostram o protagonista tentando racionalizar e controlar emoções que já o dominam. Essa postura é reforçada pelo contexto em que a música foi composta: inspirada por um primeiro encontro marcado pela insegurança, a canção revela a luta interna de quem tenta negar o óbvio. A repetição do nome “Lígia” ao final de cada estrofe funciona como um reconhecimento involuntário da força desse sentimento, mesmo quando o eu lírico tenta minimizá-lo.
A interpretação de Chico Buarque, carregada de melancolia, destaca a resignação e a impotência diante de um amor impossível. No trecho “E quando você me envolver nos seus braços serenos / Eu vou me render / Mas seus olhos morenos / Me metem mais medo / Que um raio de Sol”, fica clara a ambiguidade entre desejo e temor: o protagonista reconhece que, apesar da resistência, acabará se entregando, mas teme a intensidade desse envolvimento. A letra, com suas negativas e confissões veladas, cria uma atmosfera intimista, onde o amor é ao mesmo tempo refúgio e ameaça, e a sinceridade aparece nas entrelinhas e nas pequenas contradições do discurso.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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