
A Voz do Dono e o Dono da Voz
Chico Buarque
Crítica à indústria musical em “A Voz do Dono e o Dono da Voz”
Em “A Voz do Dono e o Dono da Voz”, Chico Buarque faz uma crítica direta à relação de poder entre artistas e gravadoras, inspirando-se em sua própria disputa judicial com a RCA Victor. O título brinca com o lema da gravadora, “His Master’s Voice”, e já sugere a inversão de papéis e a ironia sobre a submissão do artista. Ao falar em “bodas de acetato”, Chico faz referência ao material dos antigos discos, mostrando que a relação é mediada pelo produto musical, não por respeito ou afeto.
A letra evidencia o desgaste dessa relação: “O dono prensa a voz / A voz resulta um prato / Que gira para todos nós” mostra como a gravadora transforma a arte em mercadoria. O verso “Deus deu ao dono os dentes / Deus deu ao dono as nozes / Às vozes Deus só deu seu dó” ironiza a desigualdade, indicando que o dono (gravadora) fica com os lucros e o poder, enquanto ao artista resta apenas a compaixão. Quando Chico menciona a voz tentando se libertar e “trocando de traquéia”, ele fala da dificuldade do artista em romper contratos opressivos. O final, com o dono ameaçando: “Se vós não sereis minha / Vós não sereis de mais ninguém”, escancara o tom possessivo das gravadoras. O refrão final ironiza a ideia de que o interesse do dono sempre coincide com o do artista e do público, revelando a manipulação dessa lógica. A canção mistura crítica social, ironia e um olhar melancólico sobre a luta pela autonomia artística.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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