
Acorda Amor
Chico Buarque
Crítica à repressão e ironia em "Acorda Amor" de Chico Buarque
Em "Acorda Amor", Chico Buarque utiliza a ironia para denunciar a repressão policial durante a ditadura militar no Brasil. O pedido "chame o ladrão" subverte a lógica tradicional de que a polícia seria a proteção contra criminosos, mostrando que, naquele contexto, o verdadeiro medo vinha das autoridades. Chico compôs a música sob o pseudônimo "Julinho da Adelaide" para driblar a censura, e a letra reflete o terror cotidiano vivido por quem era considerado subversivo pelo regime. O verso “Era a dura, numa muito escura viatura” faz referência direta às invasões noturnas realizadas por agentes do Estado, um temor real para muitos brasileiros na época.
A música mistura elementos de pesadelo com a dura realidade, como em “Não é mais pesadelo nada / Tem gente já no vão de escada”, deixando claro que o medo era concreto. O trecho “Se eu demorar uns meses / Convém, às vezes, você sofrer / Mas depois de um ano eu não vindo / Ponha a roupa de domingo / E pode me esquecer” aborda a possibilidade de prisão ou desaparecimento, temas frequentes durante a ditadura. Ao recomendar que não se discuta e apenas “clame, chame o ladrão”, Chico evidencia o sentimento de impotência diante da repressão. A menção à escova, sabonete e violão ironiza a preparação para o cárcere, mostrando como, mesmo sob censura, a música conseguia transmitir uma crítica forte e um retrato fiel do medo vivido naquele período.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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