
Iracema Voou
Chico Buarque
Identidade e migração em “Iracema Voou” de Chico Buarque
Em “Iracema Voou”, Chico Buarque utiliza o nome da protagonista para criar um paralelo direto com a personagem indígena do romance de José de Alencar. No livro, Iracema representa a fusão de culturas e o sacrifício da identidade em nome de um novo começo. Na canção, a Iracema contemporânea também deixa sua terra natal, mas agora em busca de sobrevivência e oportunidades nos Estados Unidos. Ela enfrenta desafios como a barreira do idioma e a necessidade de aceitar trabalhos simples, como "lava chão numa casa de chá".
A letra, apesar do tom leve e cotidiano, carrega uma melancolia sutil ao mostrar a adaptação de Iracema à nova vida. Pequenas conquistas e a saudade controlada aparecem em versos como “Tem saudade do Ceará / Mas não muita”, sugerindo o esforço de se desapegar do passado para se integrar ao novo país, sem romper totalmente os laços. O verso “É Iracema da América” destaca a identidade híbrida da personagem, resultado da migração e da necessidade de se reinventar. A música também faz uma crítica à idealização do Brasil, mostrando que a busca por uma vida melhor no exterior é motivada por dificuldades reais. Por fim, a referência a Tom Jobim, que também teve carreira internacional, homenageia todos que, como Iracema, "voaram" para além das fronteiras brasileiras, levando consigo a cultura e as contradições do país.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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